Saliento que o meu contacto foi numa perspectiva apenas informal, sem qualquer tipo de ofensa... Não quero aqui julgar as atitudes de parte a parte. Eu possivelmente não deveria ter estabelecido o contacto quando não possuo qualquer tipo de relação com essa pessoa, mas por outro lado, se inicialmente se revelou abertura, esta deveria ter sido mantida, ou então requerida a suspensão do contacto. De qualquer forma, e é o que me leva a escrever estas linhas, o que deveria ter sido tido em conta por parte de quem foi contactado, era a delicadeza de conceder uma resposta, de que género fosse.
Será que as pessoas estão tão obcecadas com a sua vida que esqueceram por completo as boas maneiras? Ou será que eu é que sou bastante antiquado?
Todos os dias somos confrontados e bombardeados com abordagens publicitárias de todo tipo de bens e serviços, tarifários de telemóveis, planos de saúde,... Ao fim de algum tempo de delicadeza para com os operadores de tele-marketing, a paciência esgota-se e começa-se a não ter paciência para estes contactos, por vezes tão insistentes e maçadores. No entanto, quando estamos a falar do contacto entre pessoas, numa perspectiva puramente social, as abordagens não são deste tipo. Aqui as pessoas contactam-se para desenvolver uma relação de qualquer tipo. Seja ela mais ou menos íntima, o que se procura ao se dirigir a alguém é apenas isso, contactar, conhecer, aproximar... Claro que ninguém é obrigado a "aturar" ninguém, e quando se insiste em demasia nesse contacto, é perfeitamente natural que a paciência se esgote... Mas antes de se chegar a este extremos, já se passaram várias oportunidades para dizer "Não, obrigado", para se dar a entender que não se tem vontade de continuar esse contacto.
Revoltam-me situações como a que eu vivi, em que após um contacto lógico e com um propósito, em que o diálogo se desenvolveu fluentemente, se passe para um estado de completo alheamento e descarte, sem se ter a delicadeza de dizer "Não, obrigado".
Claro que ninguém obrigado a este gesto, ninguém é obrigado a dar uma resposta quando não sente vontade de o fazer. No entanto, fica bem perante a pessoa que nos interpelou e ao mesmo tempo, nunca sabemos até que ponto um dia não seremos nós a desejar uma resposta que nunca chegará...