04 dezembro 2005

SOU DIFERENTE: NÃO FUMO!!!

Há algum tempo atrás, passava regularmente na TV Portuguesa, um spot publicitário, em que determinado jovem, era cool, gostava de curtir, de estar com os Amigos, …etc etc, e no fim rematava dizendo que ele não fumava. Isto tudo era uma maneira de alertar a sociedade juvenil da altura, mostrando que o tabaco não era elemento socializador. Nessa altura eram poucas as pessoas que fumavam, o que as levava a serem “diferentes” do resto da maralha…

Pois bem, após anos e anos de investigação dos malefícios do tabaco, e evoluindo sempre nesse campo de conhecimento (e noutros felizmente…), um estranho fenómeno eu observo na sociedade juvenil de hoje, que é o de que cada vez mais gente fuma. Por onde quer que eu ande, vejo jovens (e falo de jovens entre os 13/14 e os 18 anos de idade), de cigarrinho na mão, tal qual “gente grande”. O engraçado nisto tudo, é a maneira como se exibem: o pedir um cigarro em voz alta para toda a gente ouvir, ou ainda o segurar de cigarro de antebraço levantado para mostrar, mas estes exemplos são ainda o mal menor. É vê-los espalhados pelas mesas do Shopping, a guardo da confusão, a fumarem descaradamente, como se fossem pessoas crescidas, com plena consciência dos actos que cometem. Outro centro em que o fumar se tornou um habitue, é a escola, onde fumam no recreio, sem qualquer pudor ou preocupação. O mais triste nisto tudo, é ver que são cada vez menos os jovens a não aderirem ao vício do tabaco, o que leva a um inverter da situação. Agora, os “proscritos” são aqueles que se mantêm longe do vício do tabaco, são os diferentes de tudo o resto. Logicamente que nestas idades as influências e as pressões falam sempre mais alto, e muitos (felizmente não todos), acabam por se deixar envolver pela nuvem tóxica do tabagismo. Faz-me confusão tudo isto. Será que se os questionarmos porque fumam eles saberão responder de acordo com a atitude que tomaram? Duvido, provavelmente responderão: “Sei lá…Apeteceu-me…” ou então, “Os meus amigos fumam e eu fumo também…” (ainda bem que os amigos dele não são do tipo de atirar da ponte abaixo…).

FODASSE!! Eu tenho 26 anos! Ok, já não sou um teenager, mas isso não invalida a minha maneira de pensar sobre o assunto. Quem me conhece sabe bem que eu já fumei, e que não era 1 hoje e outro amanha, era mais tipo 1 de meia em meia hora… Mas hoje já lá vão quase 3 anos que deixei, e sinceramente, não me arrependo, foi tudo uma questão de vontade própria, de uma semana passada involuntariamente sem fumar e sem me lembrar de fumar. Eu faço parte da sociedade “do contra”, logo sempre gostei de ser diferente dos outros, fosse da maneira que fosse, mas não desta maneira. Esta nova geração que agora está a amadurecer (e apodrecer por dentro…), deve ser a geração do “wanna be”, que de tanto que se querem mostrar, só se mostram pela negativa. Hoje faz-se aos 14 o que eu fazia aos 18 e que os meus pais (a geração “Flower Power”) faziam aos 22… Não sou contra o tabaco, pois eu já fumei e sei como é. Conheço bem o sentimento relaxante de um cigarrinho fumado a noite, sozinho, entregue aos nossos pensamentos, respeito e trato um fumador como igual. Critico sim, os jovens que só para se mostrarem, e tentarem ser “grandes” começam a fumar sem saber bem porquê.

Sei que não sou eu que vou mudar o mundo, nem tão pouco mudar as mentalidades de hoje (já falei disso mais abaixo), mas incomoda-me imenso ver o “Show off” que se faz hoje por causa de um vício que já existe à séculos…

18 julho 2005

Fiel ou Infiel?

Depois do Big Brother, com as suas personagens tão características, e do Jerry Springer, também com personagens (ou melhor, PESSAS) do outro mundo, sem esquecer o "Bar da TV" e a Margarida cujos pais já não tinham ervilhas nem lâminas, heis que chega a Portugal mais um programa explosivo: o FIEL OU INFIEL!
Neste programa são exploradas ao máximo as relações amorosas de Brasileiros e Portugueses. É a chamada "sedução por encomenda". Uma pessoa que desconfia do seu parceiro e pede para lhe ser feito um teste de modo a comprovar a fidelidade (ou não) do parceiro. O apresentador passa o tempo a lançar a suspeita e a incendiar o desgraçado que assiste ao filme, aquilo é tipo relato de futebol, mas mais lento e empolgante. Invariavelmente, o programa acaba com os envolvidos, os parceiros a discutir. Tenha sido ou não fiel, acaba sempre tudo em discussão. É tipo "preso por ter cão e preso por não ter", se não foi fiel chovem insultos por parte do "enfeitado", mas se foi fiel, os insultos vêm do desgraçado que esteve a ser filmado... Não me lembro de nenhum programa que não tivesse terminado com um casal desfeito, porque ninguém gosta de ser traído, nem ninguem gosta que desconfiem dele, principalmente, diante de 6 milhões de benfiquistas e 4 milhões doutros quaiquer. Além do mais, se os actores e actrizes contratadas fossem normais, sem musculos definidos ou peitos generosos, acho que a taxa de traições seria bem menor, é como pôr um miudo a beira de um gelado e dizer-lhe que não pode lamber, mesmo que o gelado caia para cima dele... Não estou a tentar desculpar ninguém, só mesmo a dizer que é aceitável que a tentação seja maior...

Decididamente, acho que este programa é a evolução natural da programação dos canais portugueses, quando já estavam mal acabaram por ficar pior. Sei que a curiosidade pela vida alheia, vulgo Voyerismo, semper foi uma das características mais bem ocultas do ser humano, principalmente do "Tuga", mas acho que não valia a pena este programa. Como diria o Diacóno Remédios: "Não havia...nexexidade...zz..zzz...". No balanço final, ficam apenas casais destroçados, ás vezes existem crianças pelo meio, e para tristezas já chegam as que o governo nos impõe todos os dias, com aumentos sucessivos e taxas para tudo...

Sinceramente, preferia o Mário e os seus flocos, o Zé Maria e as suas galinhas, a Susana e o seu hamster, o Marco e os pontapés, ou ainda o Telmo e fixação pela "gurita" da Célia... Esses eram genuinos, intriguistas e tudo o mais mas eram aquilo mesmo que víamos todos os dias... Já tenho saudades de ouvir o Levi a gritar à porta do quarto "CÁ PUTA DE BOCA!!!!!!" E a nossa vida nunca mais foi a mesma... Citando mais uma vez o Diácono mais famoso do país: "Vamos lá continuar, mas com juízo...zz...zzzz...".

03 julho 2005

Os Homens e os Shoppings

Hoje foi Domingo! E em qualquer aldeola deste nosso país à beira mar plantado, é dia de tomar banho, "botar" perfume "Roskoff", vestir o fato do casamento do avô e ir a missa receber o senhor. É também o dia em que se encavalita a famelga toda no Renault 19 (herança da emigração em França), e desce à civilização da cidade para ir a Meca das compras: o Shopping!
Passam lá o dia. Almoçam, lancham, jantam... só não tomam o pequeno-almoço porque senão iam para a missa da estômago vazio e a hóstia ainda caía mal. É vê-los a entupirem o parque, os elevadores e as escadas rolantes, numa correria louca para alcançarem as lojas de CDs, de artigos informáticos, roupas, calçado, quinquilharias várias e todo um sem fim de coisas que lá se vendem... Mas a passagem pelas lojas é breve, é só o tempo de experimentar uns sapatos, ou de ouvir um cd numa loja.
O primeiro ponto alto do dia, é o almoço. Deslocam-se em família pela praça da alimentação fora, olhando para tudo, parando em todos os tascos, mas acabando sempre por ficar 15 (quinze) minutos à espera no aglomerado do McDonalds para levar 1 Happy Meal para a canalha, e depois esperar mais outro tanto porque o mais velho quis um Menu Big Mac com "Cuoca Cuola" dos grandes. No fim, apesar de já terem perdido quase 45 minutos (afinal no McDonalds demorou mais) para comprar a comida para os filhos, ainda têm cabeça para irem comprar uma "assandes" de carne assada (apesar de eu ter dito que era lombo grelhado...) e um fino, mas nunca antes de terem perguntado tudo sobre todas as baguetes, e de terem ficado a olhar para os "Menus Boards" durante um tempo infinito...

Alto e pára o baile!
OK! Eu concordo que as pessoas só tenham o domingo para se encontrarem em família, e que decidam passar um dia de forma diferente, num sítio onde não podem ir todos os dias. Mas o que eu não consigo perceber, é que as pessoas deixem o aconchego do seu lar, onde fazem bacalhau com batatas e couves dia sim dia não, para virem à cidade comer Hambúrgueres e sandes de presunto, e até irem comer a um dos vários restaurantes presentes na praça da alimentação do Shopping... Talvez me custe a perceber porque lido com isto todos os dias, enquanto que para elas comer ali seja uma festa. Outra coisa que eu não compreendo, é porque é que mais importante que ir ao Shopping, é ir ao McDonalds. É comida, não mais que isso (menos até, tendo em conta o que lá se vende...). Louvo a paciência das pessoas para estarem 15 minutos à espera para levarem um disco de pão com outro disco de carne grelhada dentro... mas enfim, não podemos ser todos iguais...

Mas continuando...

Depois da almoçarada, e de terem espetado 2 ou 3 tabefes no João Victor e na Cátia Vanessa, porque não paravam de correr de um lado para o outro, com o arrotinho e o peidinho pelo meio (talvez seja para arranjar mais um pouco de espaço no intestino), eis que se levanta toda a família, e arrancam cada um para o seu paraíso. A canalha para a casa de diversões, Hi-Fi ou roupa jovem, enquanto a mãe e avó vão ver sapatos e vão à loja dos trezentos ver se arranjam um piaçaba para a casa de banho (o outro o pai tinha usado para tirar a porcaria debaixo do tractor), por fim o Homem vai para o melhor sítio: os sofás grandes que existem em todos os Shoppings. A zona dos sofás é tipo a creche, quando se perde um pai, vai-se ter aos sofás que ele está lá. O mais engraçado desta zona, é mesmo o facto de só haver lá homens, e de estarem todos com cara de frete, pois queriam estar a ouvir a bola, mas as colunas do sítio só mandam musica, e de as mulheres andarem assim, perdidas pelo Shopping, a gastar o dinheiro...
Hoje casualmente, na minha hora de pausa circulei pelo Shopping, e lá estavam eles, os Homens todos sentados nos sofás, à espera que as respectivas se fartassem das lojas e os viessem buscar, havia um até que já dormia de boca aberta e cabeça para trás... Alguns homens nãos e dão parados, e então decidem ir com as mulheres namoradas, amantes, o que quer que sejam. Erro crasso!! Acabam dentro da Zara ou da Bershka, junto a zona dos provadores à espera que elas acabem de provar a tonelada de roupa que levou com ela, e sem saber para onde olhar (saber, saber, eles sabem...), ou então ficam feitos parvos à entrada da loja, tipo rotunda...
Quando a fome aperta, é tempo de ir recarregar baterias de novo para a praça da alimentação. Desta feita, já o fazem acompanhados de sacos e mais sacos de compras, o que entope ainda mais as coisas no local. Apesar de os restaurantes serem os mesmo da hora do almoço, e de a oferta ser a mesma, ninguém dispensa repetir o processo do almoço. Romaria de um lado para o outro, pára arranca de loja para loja (não devem mesmo vir a cidade à semana...), acabando no sítio do costume: o "éMeCêDónaldes", levando o de sempre: o Big Mác (deve ser o novo protocolo 802.11). E quando decidem variar, acabam a comer o Menu Funcionário da Câmara: Sandes de presunto com cerveja.
Quando já comeram, arrotaram e peidaram tudo, é tempo de irem para a sua bela terra, enfiar a cabeça na almofada, que amanha é dia de trabalho.

Este ciclo repete-se a cada domingo, mudando apenas a cor das meias: casa - Missa - Shopping - Sofá - casa. Quando o sol brilha lá fora, e o tempo convida a uma ida à praia, ou pelo menos a algum lado ao ar livre, comer um gelado ou beber um sumo, eis quando não eles trocam tudo isso para se irem enfiar num edifício durante todo o dia. Faça chuva ou sol, o domingo á dia de ir ao Shopping!! Ritual estranho este... digo eu.

21 junho 2005

Hipocrisia

A característica domi
nante das relações inter-pessoais no mundo em que vivemos, é sem dúvida nenhuma a hipocrisia. Não me é dificil encontrar e descrever situações em que duas, ou mais pessoas, falam muito bem uma com a outra, tipo: "E então, como vai isso? E a família? Ai, estás mais elegante...qual é o teu segredo?", para mal a pessoa vira costas, a outra não parar de "lhe aquecer as orelhas", dizendo o pior que se lembrar dela, como por exemplo "Baleia! Olha-me só para aquele "cagueiro"... Ouvi dizer que ela anda a enfeitar o marido... badalhoca...!". MAS QUE É ISTO? Porque é que as pessoas não são capazes de ser sinceras? Qual é o prazer que se pode tirar de dizer mal de outra? Na minha opinião, só consigo atribuir estas atitudes a um dos pecados mortais, a inveja.

Mas outra coisa me "chocalha" na cabeça: porque é que são as pessoas do sexo feminino, principalmente as da faixa etária entre os 15 e os 25 anos, que fazem este comportamento atingir níveis absurdos? Até aos 15, as raparigas têm mais com que se entreter que com intrigas mesquinhas... Mas e depois disso? Será que todas acabam por se tornar naquilo que sempre criticaram, e não têm coragem para o admitir? As raparigas são muito mais fexíveis nas relações entre elas, uma Amiga de hoje é uma Arqui-inimiga de amanhã, a "'miga" de hoje é a "puta barata" de amanhã. Tudo não passa de um jogo de interesses...

Eu sou adepto ferrenho da frontalidade (e do glorioso...), digo o que tenho a dizer e se alguém não gostar, parte-se para a luta armada! Nunca disse que não a uma boa discussão... Quem me conhece sabe isso mesmo. Enoja-me sempre que vejo alguém a dizer mal de uma pessoa com quem "já foi à missa"... Se ela é hipócrita com uma pessoa, é hipócrita com todas!

20 junho 2005

Sociedade Perdida?

Numa sociedade cada vez mais caracterizada pela vida em ritmo acelarado, impôe-se a necessidade de fazer uma pausa para tentar descernir o que de mal vai nela.
Não é que eu tenha alguma coisa contra as pessoas que vivem a sua vida a ritmo acelarado, cada um vive ao ritmo que quer. Mas aborrece-me cada vez que alguém vem ter comigo, e pouco tempo depois, está-me a dizer: "Rápido que tenho de ir embora..." Mas será que ninguém tem tempo para parar e pensar? Será que a sociedade dos bons vizinhos acabou, que deixou de ser o Sr. Pereira, e a D. Maria, para passar a ser o gajo do R/C Dir e a flausina do 3º Dir Frt...? Quem é que nunca esteve numa fila de trânsito? Toda a gente, como é óbvio... Nunca vos apeteceu sair do carro, e ir meter a tromba dentro ao gajo que está atrás de nós e não pára de buzinar? A mim já! Mas onde é que toda a gente quer ir? Hoje em dia ninguém tem tempo para descansar, só se pensa na carreira e na promoção. Hoje a vida profissional está colocada sempre à frente da vida familiar, e o casamento muitas vezes é só para a família não falar mal, e os filhos, contas mal feitas, "estadias abusadas"...
É por estas e por outras, que eu decidi fazer o meu Blog, para deixar sair as ideias que me martelam o juizo e me fazem pensar que este mundo está perdido, que não é esta a sociedade em que eu quero que o meu filho nasça!